quinta-feira, 1 de abril de 2010

Mortalidade embrionária.

Uma das preocupações dos criadores de touros de pulo filiados a ABBI é com a vida reprodutiva tanto de seus touros quanto das suas fêmeas que futuramente gerarão novos atletas de pulo. Com isso, estes produtores sempre ficam atentos aos cuidados que se deve ter com essas mães, já que um dos grandes vilões responsáveis pela baixa eficiência reprodutiva é a mortalidade embrionária precoce.

Este fenômeno não é considerado o maior obstáculo da indústria pecuária, porém, proporciona um impacto negativo ao produtor, já que dificulta a aplicação das biotecnologias da reprodução assistida, aumenta o intervalo entre partos, entre outros fatores.

Na espécie bovina, embrião é um termo designado para o concepto de até 45 dias de gestação e feto é o termo para o concepto com mais de 45 dias de gestação.

A maioria dos estudos demonstra que a mortalidade embrionária ocorre nos primeiros dias após a fertilização (união do espermatozóide com o óvulo feminino) ou durante o período de implantação do embrião no útero, nunca ultrapassando, assim, os 45 dias de gestação, isto no caso da perda embrionária, ao contrário da perda fetal que ocorre após o 45º dia de gestação.

Vários fatores podem levar a mortalidade embrionária, desde causas infecciosas (doenças como a Brucelose) e não infecciosas, mas 70% dos casos de perdas embrionárias são oriundas de causas não infecciosas e estas, por sua vez, são multifatoriais, o que acaba dificultando muito o diagnóstico. Dentre as causas não infecciosas podemos citar: alterações cromossômicas, deficiências nutricionais e estresse térmico.

Em certos casos podemos evitar que ocorra essa fatalidade. Em relação à nutrição animal, por exemplo, a fêmea não deve em momento algum de sua vida passar por desordens nutricionais, como uma desnutrição, deficiência severa de algumas vitaminas e nutrientes, pois isso poderá influenciar na produção do gameta feminino (óvulo) e também futuramente no desenvolvimento de seu embrião. Se a fêmea passar por problemas nutricionais antes da prenhez, ela poderá produzir óvulos de baixa qualidade, ter um desarranjo hormonal ou até mesmo ter um desequilíbrio do crescimento embrionário e do reconhecimento materno da gestação e com isso, provavelmente, esta fêmea não terá condições fisiológicas de manter a prenhez. Resumidamente, a fêmea deve estar sempre em boas condições corporais, porém não obesa, para se ter uma boa vida reprodutiva.

A técnica de ultrassonografia é uma forma de diagnosticar: perdas embrionárias no período entre 25 e 45 dias de gestação e perdas fetais a partir de 45 dias de gestação. A ultrassonografia também avalia gestações de risco, diagnostica precocemente a gestação a partir do 25º dia (antes desse período pode ocorrer à morte embrionária devido a manipulação humana), além de possibilitar a sexagem fetal aos 60 dias de gestação.

O uso adequado das biotecnologias da reprodução assistida, dos programas de controle sanitário, fornecimento de uma nutrição balanceada, a garantia do bem estar animal e o acompanhamento da gestação das fêmeas através da técnica de ultrassonografia são condições essenciais que os criadores de touros de pulos filiados a ABBI estão tomando para obter elevados índices de eficiência reprodutiva e, consequentemente, obter sucesso nos programas reprodutivos.

Por Patrícia Benassi Fagundes
Supervisionado por Marcos Almeida Prado (Kiko)

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